31 de out. de 2010

Bandeira*


Hoje eu levei uma bandeirada.
Um homem,
um número,
um nome,
uma bofetada.

Pedaço de pano enorme
que costura esperanças e utopias,
mas que nesta vez vazia
de lutas ou ideologias,
a mão que lhe segurava
apenas se confortava
com o pagamento ao final do dia.

Uma bandeirada paga e 
uma ideologia comprada.
 
E para que servem as bandeiras
nesses democráticos tempos 
e [hoje] corruptos de eleição?
Meras mensagens visuais
de uma representação?
Quais serão os políticos ventos
pautáveis nessa sinalização?
Deveria eu crer
no símbolo da sua aceitação?

Foi isso que te fez acreditar?
Bandeiras... você vai levantar?
Eu levanto,
mas juro que vou procurar
na próxima vez que materializar
minhas quimeras em panos
não enfiar bandeiradas
nas faces ocultas alheias
e não causar tantos danos...

* Nome meramente alusivo a música.

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