31 de out. de 2010

Bandeira*


Hoje eu levei uma bandeirada.
Um homem,
um número,
um nome,
uma bofetada.

Pedaço de pano enorme
que costura esperanças e utopias,
mas que nesta vez vazia
de lutas ou ideologias,
a mão que lhe segurava
apenas se confortava
com o pagamento ao final do dia.

Uma bandeirada paga e 
uma ideologia comprada.
 
E para que servem as bandeiras
nesses democráticos tempos 
e [hoje] corruptos de eleição?
Meras mensagens visuais
de uma representação?
Quais serão os políticos ventos
pautáveis nessa sinalização?
Deveria eu crer
no símbolo da sua aceitação?

Foi isso que te fez acreditar?
Bandeiras... você vai levantar?
Eu levanto,
mas juro que vou procurar
na próxima vez que materializar
minhas quimeras em panos
não enfiar bandeiradas
nas faces ocultas alheias
e não causar tantos danos...

* Nome meramente alusivo a música.

28 de out. de 2010

TEU

se te amo em desumano descompasso do meu passo em que tempo espaço lanço o fato? faço?
se injurias meu amor bandido e desiludido da vida e utopia que só mesmo esse amor queria,
e te grito a verdade,
realidade é que te quero puro,
em apuros na minha sinceridade...
se te quero nesse quarto escuro de móveis quebrados,
brado meu amor aos ventos, que no relento dessa noite fria, viver tua utopia é te amar,
já que a alegria trará aos amantes, e seus desalentos, o sabor do mar...

20 de out. de 2010

"Mais amor, por favor"

tentando atentar a efemeridade das coisas, ponho-me a pensar...
sobre as horas, os segundos, os momentos...
conclusão? precisamos amar...

propuseram-me uma vez a teoria
de que a vida nada mais é do que empurrar com a barriga,
pelo menos até o próximo gozo.
se assim realmente for,
talvez devêssemos gozar mais, não!?
os momentos, os segundos, as horas...

a brevidade de um sorriso
ou um desenlace de amor
é só um momento que antecede o prazer de um novo
amor, sorriso, gozo?!
não sei.

na ansiedade de viver,
vivemos a angústia do esperar
o que já aconteceu, está acontecendo e de novo acontecerá.
mas quem enchergará?

olhos voltados ao relógio deturpado
de corações amaldiçoados
acostumados ao fordismo da rotina, do cotidiano
que não nos permite vislumbrar as 'efemérides' humanas...

amar até gastar o último segundo antes de acabar.

16 de out. de 2010

Hoje eu cansei de amar.