24 de dez. de 2010

Intento II

Deixa o verão pra mais tarde
que a inconstância está a me matar.

21 de dez. de 2010

Intento I

Espera eu considerar
pra ver o que se pode achar
no mais estranho oceano
turbulento;
profundo;
insano;

Deixa eu decidir se é cedo ou tarde,
ver o sol se pôr,
ficar a vontade;
sentir saudade
daquilo que nunca foi

19 de dez. de 2010

Tons...

Se "tem tudo a ver com tons" *,
qual o tom do momento?
Qual o tom aqui dentro?
Qual o tom do lugar?
Qual o tom do meu lugar, se nem sei qual este será?


* by Jimi

22 de nov. de 2010

Será que essa utopia
é viver um "faz de conta"?
Na Tv, a novela:
outra vida, outros contos, uma história pronta?!

E há quem não entenda
os milhares de telespectadores.
P'ra essa vida nada fácil,
sufocados [ou enraizados] em desamores,
muito mais simples assistir, reproduzir...
do que a possibilidade fraca e frágil
do viver diferente...
Nesse mundo de competições
e conquistas individualizadas,
poucos coletivos, muitas multidões...
Lucro, luxo, lixo...
Viver abertamente,
amar livremente
é demasiadamente inusitado...
"Way of life" subjugado...
Conviver com essa lógica
constitui-se em trama trágica...
O eu, tu, ele
com poucos nós
e somente a sós
parece ser possível
esses tão [in]espesrados
laços e nós
de pessoas condenadas
a viver uma vida já contada
no capítulo anterior...

Por favor, desligue a Tv e vá viver sua vida!

16 de nov. de 2010

Babilônia

Não se venda na estante de uma loja!
E não espere encontrar
no fim da noite, depois de mais um bar,
um frasquinho de esperança no posto 24hrs.
Vai descobrir que estamos com poucas reservas no mundo de onde extraí-la...
Mas é claro, você consegue ali na esquina!

Não esteja 48hrs por dia disponível!
E irrite as pessoas com isso!
Elas tem que sobreviver
porque "é preciso saber viver"
e até mesmo sem você.
Nada no mundo é tão importante
que não posso esperar a música acabar de tocar...
Termine de dançar, de cantar,
de amar, de estender as roupas,
de cuidar das plantas na varanda
e de esperar... por simplesmente esperar...
"se não você dança, se não você dança"!

Relógio cuco estragado esse do imediatismo da vida pós-moderna...
E vá saber escrever pósmodernidade
nessa pós modernidade linguística!

10 de nov. de 2010

O tema amar tem sido constante nesse blog, talvez para tentar compensar a ausência no mundo real. Essa música tem tudo a ver com tudo isso:

Eu só penso em te ajudar, Os Mutantes (do álbum Tudo foi feito pelo Sol, 1974)

Estão dizendo que é pra competir
Mas eu só penso em te ajudar
Só quero uma vida em que a gente possa amar
Ah! Yeah, yeah amar a vida
Yeah, yeah amar o mundo
Estão dizendo que é p'ra eu te passar p'ra trás
Mas eu só penso em te abraçar
Não há nada na vida que faça eu parar de amar
Aahhh! Yeah, yeah amar a vida
Yeah, yeah amar o mundo
Hey garoto vê se não vai cair do buggy
Hey garoto que tal você tocando moggy
Hey garoto você dançando boogie woogie



6 de nov. de 2010

Veneno letal

E se o meu intento
é todo meu veneno
pra te embriagar?!
Toma minha volúpia,
vem dançar na chuva,
vou te apaixonar!

Vem te embriagar
de amor pela minha boca,
minh'alma, teu calor, tira a roupa!
Vem dançar
que essa música é nossa!
Te espero!
Vem correndo, já é hora.

Te queria tanto que quebrei o encanto.
No gelo, gelo e degelo
o sabor do pranto que me faz chorar
Essa noite eu canto
para os moribundos
que no além mundo
não souberam amar...
Tempestade lá fora...

E nesse desamparo louco,
teu olhar,
logo reparo,
que aqui não mais está.
Levo teu abraço
em meus braços,
já que é certeza
a ausência da tua presença:
não mais há.
Aqui jaz esse poeta,
manco
que na certeza cega
do já não estar,
afeiçoa-se ao pranto,
que outrora brando,
hoje é como manto
a cobrir-lhe o olhar.

Chove silenciosamente aqui dentro.

4 de nov. de 2010

Despite of...

Eternizar o amar e o viver,
apesar da brevidade efêmera do ser !?!?

31 de out. de 2010

Bandeira*


Hoje eu levei uma bandeirada.
Um homem,
um número,
um nome,
uma bofetada.

Pedaço de pano enorme
que costura esperanças e utopias,
mas que nesta vez vazia
de lutas ou ideologias,
a mão que lhe segurava
apenas se confortava
com o pagamento ao final do dia.

Uma bandeirada paga e 
uma ideologia comprada.
 
E para que servem as bandeiras
nesses democráticos tempos 
e [hoje] corruptos de eleição?
Meras mensagens visuais
de uma representação?
Quais serão os políticos ventos
pautáveis nessa sinalização?
Deveria eu crer
no símbolo da sua aceitação?

Foi isso que te fez acreditar?
Bandeiras... você vai levantar?
Eu levanto,
mas juro que vou procurar
na próxima vez que materializar
minhas quimeras em panos
não enfiar bandeiradas
nas faces ocultas alheias
e não causar tantos danos...

* Nome meramente alusivo a música.

28 de out. de 2010

TEU

se te amo em desumano descompasso do meu passo em que tempo espaço lanço o fato? faço?
se injurias meu amor bandido e desiludido da vida e utopia que só mesmo esse amor queria,
e te grito a verdade,
realidade é que te quero puro,
em apuros na minha sinceridade...
se te quero nesse quarto escuro de móveis quebrados,
brado meu amor aos ventos, que no relento dessa noite fria, viver tua utopia é te amar,
já que a alegria trará aos amantes, e seus desalentos, o sabor do mar...

20 de out. de 2010

"Mais amor, por favor"

tentando atentar a efemeridade das coisas, ponho-me a pensar...
sobre as horas, os segundos, os momentos...
conclusão? precisamos amar...

propuseram-me uma vez a teoria
de que a vida nada mais é do que empurrar com a barriga,
pelo menos até o próximo gozo.
se assim realmente for,
talvez devêssemos gozar mais, não!?
os momentos, os segundos, as horas...

a brevidade de um sorriso
ou um desenlace de amor
é só um momento que antecede o prazer de um novo
amor, sorriso, gozo?!
não sei.

na ansiedade de viver,
vivemos a angústia do esperar
o que já aconteceu, está acontecendo e de novo acontecerá.
mas quem enchergará?

olhos voltados ao relógio deturpado
de corações amaldiçoados
acostumados ao fordismo da rotina, do cotidiano
que não nos permite vislumbrar as 'efemérides' humanas...

amar até gastar o último segundo antes de acabar.

16 de out. de 2010

Hoje eu cansei de amar.

11 de set. de 2010

Da série 'Clássicos inutilmente'

Doce a Andrômeda,
tosca e desgarrada,
ao viver acorrentada
esqueceu-se que vivia...

Se a dor lhe ofuscava,
sentimento não faltava
para ver, ouvir, sentir,
o que já não mais enxergava...

Os cabelos pela face,
tal qual seu único enlace,
a indigna corrente
já não mais suportada.

Mas a donzela libertada
hoje foi agraciada.
Uma constelação nominada
fez eterna e bela a dor passada...

Carta à esperança

E passei o dia todo naquela mesma cadeira, estagnado na vida, procurando com os olhos pelos móveis vestígios do que existiu um dia. Nada. O que restou do sorriso de criança e da gargalhada rouca da tua companhia? Com certeza não foi essa vontade absurda de desistir... Diz pra mim cadê você!
Vou cantar Tim Maia e me embriagar em alguma cachaça barata na espera de te ter...

É verdade que você vai voltar mesmo um dia? Bater à porta quando eu menos esperar e me fazer alegre de novo... Porque já não bastasse me abandonar, levou junto a alegria!
Ok, desculpe. Não quis ser rude, mas fico sem ação, sem palavras... e essa inércia acaba por dar tons de insanidade a minha causa, que julgo muito justa. Afinal, que mal há em precisar de você? Em te querer aqui comigo...

Meus amigos dizem pra eu te esperar, outros até dizem pra te procurar melhor, que é possível te reencontrar. E o que eu faço até você chegar? Se é que chegará mesmo um dia.Só sei que não há como seguir em frente sem ter você por perto...


Acho que nisso tudo encontro um pouco de você. Mas peraí! Será que não é isso? Será essa a resposta? Não será isso que você deixou pra mim? A espera está embebida de você e você e você! Se eu juntar esses pedacinhos, você volta? É o que me resta fazer, não é!? Pra te trazer de volta pra mim, eu


....................................................................................................................

Instantes de expectativa em silêncio, só quebrado pelo som do isqueiro e da forte tragada no último cigarro do maço.
- Sinto você chegar! - exclama Caio, som que ecoa no apartamento frio. Corre até a janela, um sol dourado poente dá um tom alaranjado a face já sem lágrimas e num momento que precede o sorriso sincero de quem encontra tudo aquilo que procurava.

31 de ago. de 2010

Hey you

Uma sempre boa idéia de organograma para  
não fazer coisas e
lembrar de coisas para
então você fazer melhor,
melhor e melhor e melhor...



































nananananananananana... ad infinitum...

29 de jul. de 2010

Chegando a hora...

Foi daaaaaada a largada!
Todos a seus postos
panfletos
bandeiras
gravetos
pavios.. muito curtos:
booom!

18 de jul. de 2010

Hein?!?

E Marta, intrigada,
quis saber o que acontecia.
Chorando as dores de um mundo errado
foi ver se na esquina
estava a revolução.
Acreditava,
mas deparou-se com a detonação
de uma bomba nuclear...
Lixo
Fome
Bicho


13 de jul. de 2010

"Apreciamos nas flores as cores..."

Ilha das Flores

Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade do lixo.
Documentário de Jorge Furtado.



 

Esse documentário é um retrato da praga do consumismo.
Infelizmente pouquíssimos o assistiram... 
O Boris Casoy, por exemplo, não deve ter visto...

5 de jul. de 2010

Para aqueles que beijam e se vão

Pablo Neruda disse:

Desde el fondo de ti, y arrodillado,
un niño triste como yo, nos mira.

Por esa vida que arderá en sus venas
tendrían que amarrarse nuestras vidas.

Por esas manos, hijas de tus manos,
tendrían que matar las manos mías.

Por sus ojos abiertos en la tierra
veré en los tuyos lágrimas un día.
 
Yo no lo quiero, Amada.
 
Para que nada nos amarre
que no nos una nada.
 
Ni la palabra que aromó tu boca,
ni lo que no dijeron tus palabras.
 
Ni la fiesta de amor que no tuvimos,
ni tus sollozos junto a la ventana.

Amo el amor de los marineros
que besan y se van.
 
Dejan una promesa.
No vuelven nunca más.
 
En cada puerto una mujer espera:
los marineros besan y se van.
 
(Una noche se acuestan con la muerte
en el lecho del mar.)
 
Amo el amor que se reparte
en besos, lecho y pan.
 
Amor que puede ser eterno
y puede ser fugaz.
 
Amor que quiere libertarse
para volver a amar.
 
Amor divinizado que se acerca
Amor divinizado que se va.
 
Ya no se encantarán mis ojos en tus ojos,
ya no se endulzará junto a ti mi dolor.
 
Pero hacia donde vaya llevaré tu mirada
y hacia donde camines llevarás mi dolor.
 
Fui tuyo, fuiste mía. ¿Qué más?
Juntos hicimos un recodo en la ruta donde el amor pasó.
 
Fui tuyo, fuiste mía. Tú serás del que te ame,
del que corte en tu huerto lo que he sembrado yo.
 
Yo me voy. Estoy triste: pero siempre estoy triste.
Vengo desde tus brazos. No sé hacia dónde voy.
 
...Desde tu corazón me dice adiós un niño.
Y yo le digo adiós.


E os Titãs usaram o poema para dizer:



É um bom ponto de vista sobre o amor. Um bom começo para um fim.

29 de jun. de 2010

Se beber



... não vire monarquista.

24 de jun. de 2010

Apresentando:

de.fe.nes.tra.ção

sf (fr défenestration) 1 Ato de violência, pelo qual se lança uma pessoa pela janela. 2 por ext Ato rebelde, pelo qual se atira alguma coisa pela janela.
[Fonte:
http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=defenestra%E7%E3o]

O ato violento e de rebeldia aqui é atirar ao mundo tudo aquilo
que é necessário. Afinal, há coisas que, se não forem lançadas a você como um vaso que cai do 12º andar na sua cabeça, não serão analisadas, pensadas, criticadas, ou -até mesmo- apreciadas.

O título do blog remete a
dois massacres históricos. Em meados de 1400, partidários dos prisioneiros do governo de Praga da época tomaram o prédio e lançaram pela janela membros do conselho da cidade, que, "caindo sobre lanças do povo", acabam mortos. Já em meados de 1600, nobres protestantes da Boemia invadiram o castelo da capital e arremessaram representantes do governo imperial pelas janelas. Estes dois fatos envolvendo defenestrações ficaram conhecidos como Defenestrações de Praga.

É para evitar qualquer novo massacre de atirar pessoas pela janela -ou até mesmo vasos nas cabeças alheias-, que este blog foi criado. Para despejar o que for necessário, sem maiores danos a integridade física humana, porém, podendo devolver ao mundo as pragas que ele tanto difundi.